Merhy (1997b) aponta que o modo como se estruturam e são gerenciados os processos de trabalho configura um dos grandes nós críticos das propostas que apostam na mudança do modelo tecnoassistencial em saúde no Brasil, que muitas vezes se mostram comprometidas com diversos interesses além da saúde dos cidadãos.
Se os serviços de saúde são palcos de ação de uma equipe de saúde, com atores distintos e com funções, ações e idéias distintas, as instituições de ensino superior formadoras dos novos profissionais, que serão membros de futuras equipes, devem levar em conta esse cenário complexo e extremamente heterogêneo, sendo o usuário do sistema o foco durante toda a formação (MERHY; FEUERWERKER; CECCIM, 2006; MERHY, 2002; MACHADO; CALDAS JR; BORTONCELLO, 1997).
Deve-se sempre buscar um estreito vínculo entre a educação e as necessidades concretas de vida, considerando as atividades culturais e o modo de produção hegemônico da sociedade. Buscando a orientação de educação como prática social, tendo a práxis humana como tradução da produção e da autocriação do ser humano configurando-se, assim, como práxis criadora e reflexiva (SENA, LEITE; SILVA; COSTA, 2003).
A busca pela formação não deve se ater apenas às evidências ao diagnóstico, cuidado, tratamento, prognóstico, etiologia e profilaxia dos agravos, mas deve levar em consideração o desenvolvimento de condições de atendimento às necessidades de saúde da população, da gestão setorial e do controle social em saúde, desenvolvendo a autonomia das pessoas até influenciar na formulação de políticas de cuidado (CECCIM; FEUERWERKER, 2004a).
Facilmente, pode-se identificar a influência das políticas de saúde sobre o modelo pedagógico predominante nas instituições de ensino superior, assim como o perfil da formação dos trabalhadores em saúde (IVAMA et al., 2003). As instituições de ensino superior têm como grande desafio, atualmente, a revisão do seu papel na educação dos profissionais de saúde, com mudanças nos currículos dos cursos com um modelo pedagógico que permita ao aluno aprender a apreender, seja ético, humano e que seja competente, beneficiando a população (SAKAI et al., 2001).
Os novos problemas e necessidades na área da saúde geraram contradições, principalmente entre o paradigma dominante, sob influência flexneriana, que vê a saúde de um ponto de vista biologista, centrado na doença, na hegemonia médica, na atenção individual e na utilização intensiva de tecnologia e o paradigma da construção social da saúde, construção essa apoiada no fortalecimento do cuidado e da promoção à saúde, na ação intersetorial e na crescente autonomia das pessoas e populações em relação à saúde, visando a reorientação das relações entre profissionais de saúde e população (BRASIL, 2002; VENTURELLI, 1998; MACHADO; CALDAS JR; BORTONCELLO, 1997).
Na educação, o problema se encontra na contraposição entre a concepção hegemônica tradicional, onde a prática pedagógica está centrada no professor e a aquisição de conhecimentos ocorre de maneira desvinculada da realidade; e a concepção crítica reflexiva, fundamentada na construção do conhecimento a partir da problematização da realidade, na articulação teoria e prática e na participação ativa do estudante no processo ensino-aprendizagem (BRASIL, 2004b; VENTURELLI, 1998).
A concepção pedagógica fundamentada na aprendizagem significativa requer articulação dos papéis da academia e dos serviços de saúde, sugerindo cooperação na seleção dos conteúdos, na produção de conhecimentos e no desenvolvimento de competência profissional (BRASIL, 2002). Um exemplo de articulação ensino-serviço é o Projeto VER-SUS, cujo objetivo é promover a integração dos futuros profissionais à realidade da organização dos serviços de saúde (BRASIL, 2004b).
A complexidade e desarticulação do processo de trabalho decorrem da diversidade das profissões, dos profissionais, dos usuários, das tecnologias utilizadas, das relações sociais e interpessoais, das formas de organização do trabalho, dos espaços e ambientes de trabalho. A heterogeneidade revela-se pela diversidade dos vários processos de trabalho que coexistem nas instituições de saúde e que na maioria das vezes possui uma organização própria (DELUIZ, 2001).
A proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada como estratégia para enfrentar o intenso processo de especialização na área da saúde. Esse processo não pode simplesmente aprofundar verticalmente o conhecimento e a intervenção em aspectos individualizados das necessidades de saúde, deve também contemplar, simultaneamente, a articulação das ações e dos saberes (PEDUZZI, 2001).
Se os serviços de saúde são palcos de ação de uma equipe de saúde, com atores distintos e com funções, ações e idéias distintas, as instituições de ensino superior formadoras dos novos profissionais, que serão membros de futuras equipes, devem levar em conta esse cenário complexo e extremamente heterogêneo, sendo o usuário do sistema o foco durante toda a formação (MERHY; FEUERWERKER; CECCIM, 2006; MERHY, 2002; MACHADO; CALDAS JR; BORTONCELLO, 1997).
Deve-se sempre buscar um estreito vínculo entre a educação e as necessidades concretas de vida, considerando as atividades culturais e o modo de produção hegemônico da sociedade. Buscando a orientação de educação como prática social, tendo a práxis humana como tradução da produção e da autocriação do ser humano configurando-se, assim, como práxis criadora e reflexiva (SENA, LEITE; SILVA; COSTA, 2003).
A busca pela formação não deve se ater apenas às evidências ao diagnóstico, cuidado, tratamento, prognóstico, etiologia e profilaxia dos agravos, mas deve levar em consideração o desenvolvimento de condições de atendimento às necessidades de saúde da população, da gestão setorial e do controle social em saúde, desenvolvendo a autonomia das pessoas até influenciar na formulação de políticas de cuidado (CECCIM; FEUERWERKER, 2004a).
Facilmente, pode-se identificar a influência das políticas de saúde sobre o modelo pedagógico predominante nas instituições de ensino superior, assim como o perfil da formação dos trabalhadores em saúde (IVAMA et al., 2003). As instituições de ensino superior têm como grande desafio, atualmente, a revisão do seu papel na educação dos profissionais de saúde, com mudanças nos currículos dos cursos com um modelo pedagógico que permita ao aluno aprender a apreender, seja ético, humano e que seja competente, beneficiando a população (SAKAI et al., 2001).
Os novos problemas e necessidades na área da saúde geraram contradições, principalmente entre o paradigma dominante, sob influência flexneriana, que vê a saúde de um ponto de vista biologista, centrado na doença, na hegemonia médica, na atenção individual e na utilização intensiva de tecnologia e o paradigma da construção social da saúde, construção essa apoiada no fortalecimento do cuidado e da promoção à saúde, na ação intersetorial e na crescente autonomia das pessoas e populações em relação à saúde, visando a reorientação das relações entre profissionais de saúde e população (BRASIL, 2002; VENTURELLI, 1998; MACHADO; CALDAS JR; BORTONCELLO, 1997).
Na educação, o problema se encontra na contraposição entre a concepção hegemônica tradicional, onde a prática pedagógica está centrada no professor e a aquisição de conhecimentos ocorre de maneira desvinculada da realidade; e a concepção crítica reflexiva, fundamentada na construção do conhecimento a partir da problematização da realidade, na articulação teoria e prática e na participação ativa do estudante no processo ensino-aprendizagem (BRASIL, 2004b; VENTURELLI, 1998).
A concepção pedagógica fundamentada na aprendizagem significativa requer articulação dos papéis da academia e dos serviços de saúde, sugerindo cooperação na seleção dos conteúdos, na produção de conhecimentos e no desenvolvimento de competência profissional (BRASIL, 2002). Um exemplo de articulação ensino-serviço é o Projeto VER-SUS, cujo objetivo é promover a integração dos futuros profissionais à realidade da organização dos serviços de saúde (BRASIL, 2004b).
A complexidade e desarticulação do processo de trabalho decorrem da diversidade das profissões, dos profissionais, dos usuários, das tecnologias utilizadas, das relações sociais e interpessoais, das formas de organização do trabalho, dos espaços e ambientes de trabalho. A heterogeneidade revela-se pela diversidade dos vários processos de trabalho que coexistem nas instituições de saúde e que na maioria das vezes possui uma organização própria (DELUIZ, 2001).
A proposta do trabalho em equipe tem sido veiculada como estratégia para enfrentar o intenso processo de especialização na área da saúde. Esse processo não pode simplesmente aprofundar verticalmente o conhecimento e a intervenção em aspectos individualizados das necessidades de saúde, deve também contemplar, simultaneamente, a articulação das ações e dos saberes (PEDUZZI, 2001).
OBS. Texto parcial da dissertação de Beto Durán. Dados quanto às referências podem ser enviados quando requisitados.
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