10.26.2010

Aborto e as eleições

     A campanha presidencial tem sido tomada pelo moralismo erguido pelo debate sobre o abordo que os dois candidatos à presidência - justiça seja feita mais Serra do que Dilma -, travaram tão logo se anunciou que a candidata petista não venceria no primeiro turno. O Brasil passou a ser obrigado a engolir uma eleição pautada na discussão a cerca da interrupção da gravidez indesejada. Na ânsia de conquistar votos conservadores, o tucano se esqueceu que como ex-Ministro da Saúde não pode tratar o tema à luz da religião, mesmo porque seria um retrocesso, num Estado laico, previsto pela Constituição. Matéria publicada no O GLOBO (10/10) traz informações a cerca do aborto no Brasil: 200 mulheres mortas por ano, 183 mil curetagens no SUS. É absurdo, portanto, não reconhecer que é uma questão de saúde pública. O Cebes acredita que o assunto, em vez de ser levado de forma leviana aos palanques, deveria ser encarado como um problema social, complexo. Nesse espaço dedicado originalmente à entrevista, Ana Maria Costa, Diretora do Cebes e especialista em gênero, escreve sobre o uso eleitoreiro do aborto.

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