5.22.2011

EC-29 - O capítulo de 2011

PROJETO DE REGULAMENTAÇÃO EC-29 – VERSÃO ROBERTO GOUVEIA 01/2003 – APROVADO NA CÂMARA COM PARECER DO GUILHERME MENEZES E AINDA EM 2011 ESPERANDO VOTAÇÃO NO SENADO (Por Gilson Carvalho, Médico Pediatra e de Saúde Pública - carvalhogilson@uol.com.br)

1.  PROJETO 01/2003 DE ROBERTO GOUVEIA


Roberto Gouveia, médico sanitarista, no primeiro dia de inicío de seu mandato como deputado federal pelo PT de São Paulo, honrando seu compromisso de ajudar a regulamentar a área de saúde federal, já cumprido em São Paulo, apresentou o PLP 01/2003 para regulamentação da EC-29.
Esta proposta foi discutida antes de sua apresentação e teve a contribuição de vários técnicos e juristas.

2.  RELATORIA DE GUILHERME MENEZES

Guilherme Menezes, médico do PIB da Bahia, assume a relatoria do projeto de Gouveia. Inicia-se aí uma ampla consulta a vários segmentos da sociedade e ao Conselho Nacional de Saúde.
Desta relatoria resultou um PLP aprimorado cuja essência foi aumentar a contribuição de recursos federais para a saúde e sair do paradigma de calcular o gasto federal com a saúde como um percentual do PIB. Havia grande chance de aumentarem-se os recursos para a saúde. Na undécima hora o plenário da Câmara, por muita (muita mesmo) pressão virou a mesa e manteve a redação anterior voltando o montante da união a ser calculado como um percentual do PIB.
Todas outras questões em que procurava reafirmar o que eram ou não eram ações e serviços de saúde, além de definir os critérios de transferência da união para estados e municípios e dos estados para municípios. Trabalhou-se a maior visibilidade das contas da saúde.

3.  O REVERTÉRIO NO SENADO EM DEZEMBRO DE 2007

Infelizmente este projeto, já chegou ao senado mutilado pela forma indevida de cálculo do montante de recursos federais. Deveria ser um percentual da receita federal e não percentual do PIB. Entretanto com a votação no senado do fim da CPMF esta versão do projeto perdeu o encanto para o governo federal. Tinha dois grandes inconvenientes: mantinha o compromisso da União de apenas aplicar em saúde um percentual do PIB e iria conviver com a queda da cpmf que retirava da união um dinheiro precioso da saúde.

4.  O ESTADO DA ARTE EM ABRIL DE 2011

Hoje a posição é clara:
A)  Se o Senado aprovar este projeto o financiamento da saúde ficará do mesmo tamanho e sem a CPMF. Permanecerá o critério de proporcionalidade do PIB que sempre foi ruim e assim continuará agravando-se ano a ano.
B)   O Senado poderia aprovar projeto modificando o montante de recursos federais para,  no mínimo 10% da receita corrente bruto, onde a saúde poderia neste ano de 2011 ganhar de imediato R$32,5 bi. (Projeto já aprovado no Senado e desfigurado na Câmara – sem aprovação final – previa os 10% da receita corrente bruta o equivalente a R$104 bi. O que consta na LOA-2011 é R$71,5 bi – diferença a maior, a favor da saúde R$32,5 bi).
C)   Se o Senado assim o fizer, automaticamente este projeto volta à Câmara que ressuscitará o seu, já que já aprovou a manutenção do percentual do PIB. Neste caso com característica de terminalidade: morre na Câmara onde inicioou-se. Três saídas: nega o do Senado e mantém o seu; nega o seu e mantém o do Senado; mistura os dois sem possibilidade de nenhuma mudança ou acréscimo. Neste caso não entraria nem a CSS nem a retirada dos recursos do FUNDEB da base de cálculo do percentual dos estados (perda de R$7 bi – nada ganha e ainda perderia R$7 bi!!!!!!).


CONCLUINDO:
A saúde está “num mato sem cachorro” que parece infalivelmente terminar na Câmara com tênue e quase insustentável  possibilidade de melhora mas com risco total de piora. É muita infelicidade para um povo só!!!

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