5.19.2010

Os problemas da saúde pública de Londrina e do Brasil*

* Texto produzido por Felipe Assan Remondi, membro do núcleo, apresentado ao Jornal de Londrina para Publicação
     A saúde pública tem estado recorrentemente nas manchetes dos jornais locais por inúmeras dificuldades. Infelizmente essa realidade local também é vista nos mais diversos municípios e estados do país, o que nos faz refletir que as causas desses desvios são mais profundas do que as decisões políticas municipais. 
     Os problemas que nos desafiam nos dias atuais e continuamente são expostos na mídia referem-se essencialmente a três esferas: O financiamento, o modelo de gestão e o modelo assistencial. A combinação desses elementos condicionam a existência de um SUS ilegal, bastante diferente do idealizado pelo Movimento da Reforma Sanitária, do previsto no texto constitucional e, acima de tudo, dos anseios e necessidades de todos os brasileiros. 
     Pelo menos nos últimos 10 anos temos vivenciado um subfinanciamento por parte da união e estados que acorrenta a construção de um sistema de saúde universal e de qualidade e coloca os municípios contra a parede na aplicação de recursos. 
     Além de gastar-se pouco, se gasta mal. A ineficiência e morosidade da administração pública direta, as limitações para contração de pessoal determinadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal e as terceirizações desreguladas e precarizadas acirram os discensos sobre o modelo de gestão e execução dos serviços. 
     O modelo assistencial que temos hoje é estritamente baseado em uma proposta curativa, a ser realizado centralmente nos hospitais, com alta tecnologia e especialização. A atenção primária que deveria ser capaz de resolver 80% dos casos e organizar a rede assistencial é reprimida financeiramente e culturalmente por esse modelo médico-assistencialista que tem sido hegemônico no Brasil nos, praticamente, últimos 100 anos. 
     Os problemas da Saúde em Londrina refletem os problemas da Saúde no Brasil e não existem fórmulas capazes de sanar um sem resolver os outros. Fica claro que o Movimento da Reforma Sanitária, muito presente nas décadas de 70 e 80, não se findou, muito menos concluiu seus objetivos. É oportuno para o momento que recomponhamos o movimento cidadão em defesa da saúde e da democracia capaz de propor a construção de uma saúde coletiva e individual a altura das necessidades do povo brasileiro.

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